Os plásticos são leves, versáteis, resistentes à corrosão e à decomposição e de fácil processamento. Além disso, eles têm baixo custo, suportam impactos e não alteram seu formato.

Sua baixa rigidez pode ser revertida com a adição de fibras naturais ou sintéticas, o que torna possível seu uso estrutural, em móveis e na construção civil, que são alguns dos setores que usam plásticos recicláveis em seus processos.

Segundo dados da Plastivida, das 2.177.799 toneladas de plástico que se acumulam por ano no Brasil, somente 17,2% são recicladas.

Apesar dos plásticos reciclados serem atraentes a vários tipos de mercado, apresentarem vantagens em relação a outros materiais e diminuírem impactos ambientais, as práticas de reciclagem ainda são encaradas como opção pelas empresas e não como meio de existência e fator competitivo.

Mercado consumidor de materiais plásticos

De acordo com a ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), os principais setores consumidores de transformados plásticos são respectivamente: construção civil (23,4%), alimentos (7,1%), automóveis e autopeças (11%), artigos de comércio em atacado e varejo (10%), máquinas e equipamentos (6,1%), produtos de metal (5,9%), bebidas (5,5%), móveis (4,4%), papel celulose e impressão (3,2%), perfumaria, higiene e limpeza (3,1%), eletrônicos (2,5%) agricultura (2,5%), químicos (2,3%), têxtil e de vestuário (0,9%), farmacêutico (0,8%), outros (1,3%).

Vamos explicar detalhadamente alguns desses setores:

Indústria moveleira

Muitos móveis são produzidos com ABS ou polipropileno. A utilização desse material confere às peças um design mais contemporâneo e grande diversidade decorativa, como os produzidos pela empresa IKEA, por exemplo.

Há ainda, no mercado, a chamada madeira plástica, material composto, produzido pela reciclagem de polímeros adicionados a materiais como a serragem, carbonato de cálcio ou argila.

Entre suas principais vantagens, podemos destacar:

aparência de madeira;

durabilidade do plástico;

imunidade contra cupins e outras pragas;

possibilidade do uso de parafusos, pregos ou cola;

não empena;

resistente à abrasão e ao peso;

baixa absorção de umidade;

fácil limpeza.

Construção civil

Por meio da injeção de termoplásticos, o material plástico reciclado pode ser utilizado na construção civil como tijolos plásticos feitos em estrutura plástica preenchida com concreto, blocos — cuja forma e junção se assemelham aos de brinquedos —, tubos, conexões e esquadrias.

São usados para a redução do uso de concreto em preenchimentos estruturais, o que possibilita a diminuição no peso da obra e melhoram também os níveis de segurança e resistência.

A madeira plástica já é aplicada em algumas construções — por exemplo: em tábuas utilizadas para o nivelamento de terreno, nas fôrmas de concretagem e escoramentos (PET, PVC e poliestireno) e também em frechal de cumeeira, ripas, anteparos, pilares, colunas, vigas, tapumes, andaimes e cavaletes de sinalização (polietileno e polipropileno).

Já em estradas de ferro — como as da Vale, por exemplo —, dormentes feitos de plástico reciclado substituem os tradicionais de madeira, o que diminui a necessidade de manutenção dada sua resistência à ação de micro-organismos e umidade.

A utilização de plástico reciclado contribui para maior eficiência das obras, com menores custos e emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa) — garantem às construções sustentabilidade pela Certificação Leed. Além disso, o resultado é uma construção leve, de alta resistência e com isolamento térmico e acústico.

Indústria automotiva

Antes, os carros eram fabricados com muitos equipamentos metálicos, que pesados, conferiam maiores gastos com combustível e emitiam maior volume de gases e resíduos na atmosfera.

A difusão de materiais plásticos reciclados na indústria automobilística possibilita o uso em motores, para-choques, proteção anticascalho, reservatório de água do para-brisa, sistema de distribuição de combustível, faróis, lanternas, painel de instrumentos, cobertura de volantes e amortecedores, painel de portas e de instrumentos, entre outros.

A composição de plástico em veículos e autopeças confere aos novos automóveis mais leveza, menores custos de aquisição, segurança, flexibilidade, aumento da resistência à corrosão e, ainda, a possibilidade de designs mais modernos.

Futuramente, essas características permitirão que veículos mais leves e sem motoristas possam trafegar tranquilamente pelas cidades.

Embalagens

Embalagens plásticas são usadas para proteger os produtos, aumentar a eficiência de armazenagem em estoques, incrementar vendas por permitir que sejam criadas identidades para a marca, impedir o acesso de micro-organismos nos alimentos, entre outros.

Sua resistência suporta altas temperaturas, vibração, pressão e oxidação. A praticidade e leveza permitem melhor movimentação dentro de estoques e no transporte de bens, que podem ser alocados nos veículos de carga em embalagens plásticas recicláveis de forma otimizada para aumentar a capacidade de armazenamento e diminuir os custos de frete.

Com a implantação de robótica em linhas de produção — eliminando ao máximo o manuseio e o esforço físico da mão de obra na fabricação e movimentação de itens — e com as embalagens plásticas recicladas, é possível estabelecer maior segurança na realização desses processos.

Benefícios da utilização do plástico reciclável

Possibilita maior eficiência

São muitas situações em que é possível constatar maior eficiência na utilização de plástico reciclado:

o isolamento térmico e a leveza permitidos pelo plástico reduzem o consumo de energia ou combustível;

sua característica de impermeabilidade evita a contaminação dos lençóis freáticos quando usados para forração de aterros sanitários;

filmes plásticos aumentam o rendimento em culturas agrícolas;

o transporte de água a locais de difícil acesso somente é possível com o uso de tubos plásticos.

Economiza recursos naturais escassos

Usar materiais plásticos pós-consumo possibilita uma economia de recursos em todo o ciclo produtivo, como:

a redução de água consumida na produção de matérias-primas virgens;

a diminuição do consumo de energia demandada para a realização do processo de fabricação de produtos plásticos novos.

A utilização de produtos plásticos reciclados em substituição ou complementação da madeira na construção civil e na fabricação de móveis e ferrovias contribui também para reduzir o desmatamento de árvores como o Mogno, Angelim, Ipê, Sucupira, Peroba, entre outras espécies.

Confere proteção ambiental

Além de tudo que já foi descrito, utilizar plástico reciclado permite que a proteção ambiental seja efetivada até no fim da cadeia:

com a redução de lançamento em aterro das aparas, rejeitos e, até mesmo, o próprio material no pós-consumo;

por meio da diminuição do volume de lixo plástico depositado em ruas, vielas e bueiros — que são, inclusive, causadores de enchentes e proliferação de animais e doenças;

para cada tonelada de plástico reciclado, é reduzido em 1,53 toneladas a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera;

possibilitando a decomposição normal de materiais orgânicos, que, sem a presença do plástico em aterros, são transformados em chorume e reutilizados como adubo e água.

Gera empregos

Segundo a ABIPLAST, o setor continua sendo o quarto maior empregador da indústria de transformação brasileira. A cada tonelada de plástico reciclado, são gerados cerca de 3,16 empregos para catadores que recolhem esse volume de material e transformam a economia familiar de microrregiões inteiras. Além disso, o aumento da demanda por plástico reciclado pode ser uma boa oportunidade de negócio para empresas que atuam nesse ramo.

Com tantas vantagens, os setores que usam plásticos recicláveis garantem vantagens competitivas pela redução dos seus custos operacionais, eficiência produtiva e maior visibilidade no mercado.

Seja um dos setores que usam plásticos recicláveis e garanta também essas vantagens competitivas. Entre em contato conosco para saber mais! Realizamos a transformação de plástico no pós-consumo e de aparas industriais — que são reutilizados na fabricação de novos produtos.